Sunday, August 30, 2015

Respira. Inspira.

As férias acabaram mas os baixos ainda não. Chegamos em casa felizes porque ainda era cedo e teríamos o final de semana inteiro pela frente. Infelizmente, ao abrirmos a porta, percebemos que algo estava errado. Sim, nossa casa havia sido revirada. Sim, alguém esteve lá entre sábado passado e sexta de madrugada, arrebentou a porta da cozinha, vasculhou um pouco da sala, da cozinha, muito do meu quarto, do quartinho de bagunça e do quarto de hóspedes. Levaram - até a última checagem - meu celular pessoal e um dinheiro que minha mãe havia me dado. Não deixaram impressões digitais e o pouco das pegadas que deixaram não serve pra nada. Deixaram bagunça e uma sensação de impotência pra trás. E muita raiva.

Já havia cantado essa bola aqui em casa e estava com uma sensaçāo horrorosa de que isso poderia acontecer. Pela primeira vez estava saindo de férias mega angustiada. Cheguei a pensar que o incidente do passaporte era um aviso.

Antes que os amiguinhos achem que levo jeito pra mãe Dinah ou venham falar que "pensamento negativo atrai essa coisas", já aviso logo: minha angustia e "pensamento negativo" tinham razão de existir. Teve uma onda de assaltos a casas (vazias) aqui na região desde que o verão começou. Veja bem, moro aqui há dez anos e isso nunca aconteceu, MAS nunca morei num bairro tão família e voltado para atividades escolares como esse. E também é a nossa primeira vez fazendo parte das familias que saem de ferias junto com periodo escolar. Isso facilita muito a vida do ladrão. A gente nunca foi de paranóia em relação à excesso de segurança na casa. A gente tranca portas e janelas, mas nunca trancou gavetas, portas e escondeu computadores. Começo muita gente que tem uma rotina diária de check up de segurança que faz parecer que morem no Brasil, onde isso é mais do que esperado (nunca aconteceu comigo enquanto morava lá, vale mencionar).

Essa minha angústia pré-viagem me fez esconder computadores e ipad, mas não tive tempo de pensar melhor em outras medidas. Falei muito com marido sobre opções de alarmes, de trocar porta da frente, de não deixar extrato bancário à mostra, mas não pensei no quão frágil a parte traseira das casas daqui são.

A gente deu uma certa sorte em relação ao que foi roubado, mas estou escrevendo esse post às duss da manhã porque, embora esteja exausta de uma noite em claro, estou tendo crise de pânico. A sensação de estar sendo vigiada é angustiante. A idéia de que ele (eles?) vão voltar pra terminar o trabalho, de que ele (eles?) sabem da nossa vida, onde eu trabalho, onde temos conta bancária e onde minha filha estuda me aterroriza. É um misto de terror e raiva. Me sinto exposta e vulnerável mas ao mesmo tempo sinto vontade de fazer plantão lá fora pra ver se pego esse sujeito. Porque talvez ele não volte aqui, mas está sim vigiando a rua, a vizinhança e planejando o próximo ataque. Como não posso fazer nada, só me resta torcer para que uma raposa o engula (*) enquanto ele fica de butuca checando os passos da próxima vítima.

Friday, August 28, 2015

E o último dia das férias...

Nossas férias curtíssimas acabaram. Amanhã às 4 da manhã seguimos ao aeroporto pra chatices da volta pra casa: devolve carro, faz check in, pesa malas, espera duas horas pro vôo (mais meia hora de atraso dentro do vôo)... A volta pra casa, apesar de sempre bem vinda (nada como dormir na nossa casa, né?), é geralmente uma via cruscis... 

Essas férias tiveram muitos altos e baixos, mais baixos do que altos... a última do dia nada mais foi do que a máquina do posto fe gasolina (todo automático) comeu nosso troco e ficamos €30 mais pobres. O que são €30 pra quem já perdeu £2,000, certo? O problema é que paciência e bom humor tem limite e até marido que é um verdadeiro monge tibetano nessas situações, se irritou e balbuciou meia dúzia de palavrões em meio a tantas frustrações. 

Laurinha, que estava perto e tem um ouvido maravilhoso, já foi logo perguntando "fucking hell what, daddy?" e ao receber uma resposta atravessada ("não é da sua conta, vá brincar"), virou-se pra irmã e mandou um "todo mundo está de mau humor hoje, goodness me, Bea". Criança não é boba nada, as anteninhas ficam ligadas 24 horas, só captando coisas do mundo ao redor.

Então é isso; contagem regressiva para chegar em casa amanhã e curtir dois dias em casa (2a é feriado) antes de voltar à programação normal. Que tudo corra tranquilamente.

Thursday, August 27, 2015

Ai, meus sais

Não vou dar uma de Calvin & Haroldo (ou foi Snoopy?) aqui e dizer que não sou eu quem está errada, e sim o resto do mundo que discorda de mim. Sei que eu sou chata, não me canso de repetir, e ultimamente minha intolerância para certas coisas só aumenta. 

Que raiva que me dá desse povo que vive dizendo "ai, eu pensei nisso" ou "eu ia te lembrar na hora mas deixei pra lá", quando digo que esqueci de pegar alguma coisa , ou fazer alguma coisa. Na boa, se pensou, por que não disse?! Amigo da onça ou tá querendo tirar onda de sabe tudo? Muito ajuda quem não atrapalha: se esquecer de falar na hora, nem comenta que ia falar depois que deu merda porque só piora as coisas, certo?

Assinado,
Rabugenta-mor

Wednesday, August 26, 2015

De férias (parte 1)

Nossas últimas férias de verdade foram em julho do ano passado na Croácia. Depois foi só uma pausa no Natal na Romênia e nada mais.

Então estavamos contando os dias pra irmos pra Itália por duas longas semanas. Acho que tinha uma nuvem negra nas nossas cabeças, porque tudo deu meio errado. Começou com a primeira acomodação que marido marcou, todo mundo numa cabana, sem banheiro (tendo que dividir com outras cabanas), num esquema camping de luxo. Nada contra quem curta, mas eu trabalho feito uma corna e dispenso ajuda de babá e afins pra poder tirar férias com um mínimo de conforto (ou ter banheiro privativo, pelo menos). A reserva cobrava taxa de cancelamento e perdemos uma grana. Depois, na hora do check in, vimos que o passaporte da mais velha estava vencido e tivemos que fazer uma verdadeira operação de guerra envolvendo amigos. Cancelamos a primeira semana na Toscana, perdemos a grana do hotel - que tinha que ser não reembolsável, certo? E mais uma grana pra remarcar as passagens (a opção era eu ir com minha mãe e a mais nova, mas não tive coragem de largar Laura pra trás; a menina ser punida por um erro nosso).

£2,000 mais pobres, a viagem saiu. Levamos hooooooras pra chegar no apartamento (o check in era na cidade vizinha), chegamos cansados, Beatrice com a fralda explodindo de coco, e o apartamento levou mais duas horas pra ficar pronto, com um staff meio grosseirão, daqueles que acham que estão quebrando seu galho por deixar você se hospedar.

Pra completar a irritação com a hospedagem, descobrimos que não tem toalha nem lençol incluídos. Fomos checar o aluguel e custava €12 por pessoa. Ou seja, se você quisesse um lençol de casal, para um casal dormir, paga €24, ok? Gente, na boa, com bagagem limitada, quem é que fica viajando com lençol, né? Tudo bem, eu já viajei, pra Salvador, porque na reserva dizia que não tinha lençol ou toalha no flat. 

Depois, dois dias de férias a dentro, Laura teve vomitório louco de não conseguir nem tomar água. A gente ainda conseguiu passear um pouquinho, numa bicicleta de aluguel, mas voltando pra casa, ela cochilou e acordou vomitando ainda mais. O dia seguinte foi dia de pegar leve de novo, pra ter certeza de que ela estava recuperada. 

Ainda nos negativos: tivemos uns três dias de meio chuva meio nublado e aqui tem
mosquito pacas, Beatrice está toda picada, mesmo enchendo de repelente forte.

Quando a poeira baixou, chegamos à conclusão de que teria sido melhor ir pra Toscana ( a moça ofereceu de deixar a gente mudar a reserva, já que nao poderia cancelar) e cancelar Veneza (Jesolo, que na verdade é Cavalino), já que a reserva de Jesolo não estava paga e podia cancelar. Mas na hora do stress, a gente (aqui em casa, digo) não pensa direito e age no impulso e sempre dá errado.

O que deu certo? A localização não é de todo mal. As meninas não estão nem aí pra turismo, cultura, etc., e querem mais é praia, piscina, parquinho e sorvete mesmo. O carro que alugamos é bem bacana e marido tá a fim de trocar o nosso por um desses. Eu adoro massa italiana, mesmo as mais ou menos, então em termos de comida está sendo bem bom. Mas a gente não está caminhando muito, ou seja, estou engordando horrores.

Friday, August 21, 2015

A tal carta de referência

Acho que o Chevening está com inscrições de bolsa abertas, porque o post sobre a bolsa do Chevening subiu no ibope do blog e é o mais lidi dos últimos meses. Tenho recebido várias emails perguntando sobre a carta de referência, que talvez não esteja tão detalhado no post...

Então aqui vai o top 5 das perguntas que mais apareceram, para as pessoas que não querem me escrever:

1) Quantas cartas são e quem tem que escrever?
Na minha época eram duas, de preferência uma profissional (o chefe ou alguém que possa dar referências do seu trabalho, um cliente, por exemplo) e uma acadêmica. Como eu estava fazendo uma pós na época, pedi a um dos professores. Tive que traduzir porque ele não falava inglês. A profissional foi escrita por um chefe; trabalhamos juntos em três empresas então ele pode escrever coisas sobre os três trabalhos.

2) Tem que ser em inglês?
Sim. E como eu apliquei para outras bolsas e as universidades também exigem cartas de referência, foi um modelo só com vários cabeçalhos.

3) Escreve o que?
A minha acadêmica foi mais básica, falando da frequência, das notas, participação nas aulas. Nem lembro se falava de algum trabalho específico. 
A profissional foi mais detalhada, incluindo exemplos bem específicos de projetos que eu trabalhei, além de outras coisas que não eram relacionadas ao meu trabalho, mas que mostravam como eu era dedicada e tal. Minha área era música e marketing, então entrevista com Gilberto Gil pra um trabalho da faculdade, organizar um showcase da Alanis Morrisette no Rio e coordenar parcerias com outras empresas foram alguns dos exemplos. Outras áreas talvez rendam exemplos mais bacanas. :)

Uma coisa que acontece no Brasil mas é raro aqui na Inglaterra é trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Isso pode contar pontos a favor se, além de bom aluno, você ainda é bom profissional. Use isso a seu favor.

4) Faz tanto tempo que cursei faculdade e me dediquei demais ao trabalho, e agora?
Duas profissionais servem, de lugares diferentes, dando exemplos diferentes.

5) Estou no meu primeiro emprego, não tem muito o que contar, e agora?
Então sua carta acadêmica provavelmente será mais completa do que a profissional.

Espero que ajude... só lembrando que participei do processo seletivo há mais de dez anos e as coisas mudaram muito de lá ra cá.

Bom sorte!!

P.S.: Podem continuar mandando emails.

Friday, August 14, 2015

Banho de sal grosso, ou tá na hora de desacelerar...

É, queridos, não tá fácil não. A nossa tão esperada férias, aguardada ansiosamente, subiu no telhado. A gente se preocupa se tem bóia de braço e fralda pra piscina, mas não checa passaporte. Claro que o passaporte da mais velha está vencido (há uma semana) e a gente só descobriu agora, quando íamos fazer o check in.

Aqui tem um sistema premium que faz passaporte em 4 horas. Mas só pra adultos (acima de 16 anos). Criança leva uma semana. Vamos amanhã ao meio dia resolver isso e rezar para que o passaporte chegue antes dos 7 dias, pra podermos embarcar, por uma semaninha apenas, no sabado que vem. Se o passaporte chegar só no sábado, daí já era, a gente perde a viagem toda e muitas mil libras.

Deu uma broxada monstra agora, vontade zero de fazer qualquer coisa.... mas vamos que vamos que a gente tem uma semana de férias com esse tempo leeeeendo que faz na terra da rainha.

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A gente anda mega estressado e irritado e se odiando aqui em casa, por isso essas férias eram muito esperadas. Mas a gente tem que aprender a desacelerar, a focar no que é importante e tentar relaxar mais pra não dar mais esses moles. Mole caro pra burro.

Monday, August 10, 2015

Contagem regressiva

Já que o post anterior foi sobre férias de outubro, bora falar das próximas férias.

Estamos indo pra Itália: casal + crianças + avó. Se tivéssemos cachorro, gato, galinha, eles iam também. Voamos pra Veneza, só porque era o lugar mais barato segundo o skyscanner.net (é assim que se escolhe férias quando se tem um orçamento limitado e cabeças demais na família). Alugamos um carro e no mesmo dia partiremos rumo à Toscana, mas nada de Florença ou Pisa. Vamos à praia mesmo, num lugar chamado Vada (conhece? Nunca ouvi falar). Ficamos uma semana por lá, num hotel com piscina, não muito longe da praia.

A última semana é perto de Veneza, em Jesolo (conhece? Nunca ouvi falar 2). Também tem praia (só que o "hotel" não é tão perto assim) e dá pra ir à Veneza de barco. Marido está com expectativas altas para esta viagem. Além da praia, ele também quer conhecer Pisa, Florença, Siena, dar um pulo em Veneza...



Tento manter minhas expectativas baixas. Primeiro porque viagens passadas me ensinaram a não esperar muito de férias em família: passaremos um tempo bacana juntos, as meninas vão (espero) curtir muito a piscina e a praia, vai estar sol e calor, mas turistar, que é o que eu gosto mesmo, principalmente na Itália, sei que não vai rolar muito. E depois, quem tem baixas expectativas tem menos risco de se decepcionar. Pra não dizer que minhas expectativas são baixas em relação a tudo, confesso que sonho todos os dias com a comida e o sorvete. Hmmmmm, sorvete.

Não vejo a hora de viajar e gastar todo o italiano que eu não falo (mas o pouco que entendo é graças as novelas da Globo).  

Friday, August 07, 2015

Férias das famílias inglesas

Antes de ter filhos, meus planos de férias eram bem ambiciosos. Até encarrava os perregues de vôos da madrugada, bate e volta de final de semana, etc.

Depois que os filhos vieram a coisa ficou mais low profile a ficamos mais exigentes. Sei que os pais descolados nem ligam mas lá em casa a gente cuida muito pra ter as meninas numa rotina de sono para que elas não fiquem mal e a gente não fique mal.

Mesmo assim, a gente sempre procurou ir a lugares que tanto nós quanto elas iriam se divertir, mas principalmente ir a lugares novos. Fora Brasil e Romênia, claro, que é difícil de escapar.

Com esta mentalidade, eu tinha um pouco de nervoso dessas famílias (geralmente de 2 ou mais filhos) que sempre passam férias nos mesmos lugares: Centre Parcs e Butlins por aqui; França e sul da Espanha, no continente.

Nada melhor do que viver na pele para poder entender o outro, né? Convenci marido a tirar a semana de half term em outubro pra gente poder viajar, já que Laura não tem aula. Aí começou o planejamento: tem que ser pra lugar quente, mas não pode ser lugar caro e longe, porque é só uma semana e pagar passagem pra quatro pessoas é de doer (Beatrice já paga inteira ou 75% do valor). Dá-lhe de checar temperaturas em outubro por aqui: Turquia, Chipre, Malta, Ilhas Canárias (já fomos a Gran Canária e Tenerife), Majorca, Menorca. Dá-lhe de ver preço de pacote de uma semana e melhores preços eram pra Majorca e Menorca, na faixa de £1,800 para passagem e hospedagem dos quatro. Gran Canarias estava praticamente o dobro. Marido checou a temperatura em detalhes e 23C era a maxima pra época, com mínima de 14C. E como a gente é sortudo, capaz de chover todos os dias.

Com isso em mente, começamos a procurar lugares com atividades indoors também, principalmente piscina. Conclusão: vamos dirigir até a França e ficar no resort com muitas atividades pra crianças, incluindo piscina e play area na agua. Uma semana para os quatro por menos de £500. E a gente vai dirigir até lá, o que nos deixa livres pra pegar o carro e explorar a área.

Anotem aí: se der certo, vai virar nosso padrão de férias curtas.

P.S.: Depois dou link e posto fotos, se o lugar valer a pena.

Wednesday, August 05, 2015

Bicarbonato e vinagre pra cabelos lindos e brilhantes, será?

Amiga minha postou no Facebook uma dica de uma canadense que aceitou o desafio de ficar um mês sem usar xampu. Ela usou bicarbonato de sódio para limpar os cabelos (diluído em água morna) e depois vinagre de maçã pra fechar as cutículas dos fios - abertas por causa do bicarbonato. É muita ciência pra minha cabeça.

Ao contrário da dica de pasta de dente de curcuma da neta do Gilberto Gil (esqueci o nome dela e tô com preguiça de procurar), essa aí eu tenho medo de testar. Qual o pior que pode acontecer se você usar curcuma? Boca amarela, mal hálito, voltar pra pasta de dente? (porque não dá nem tempo de deixar o dente apodrecer, né?). Mas lavar o cabelo com bicarbonato e vinagre, tenho medo de cair no olho e ficar cega, porque eu sou a atolação em pessoa e minha falta de saco não me permite lavar cabelo na pia.

Alguém já testou isso aí?? Eu adoro uma dica "viva a natureza" que não mata nem engorda, então sou toda ouvidos. Agradecida!

Monday, August 03, 2015

Trabalhando no positivismo

Sou do time da galera mala que sempre vê obstáculo em tudo, que na primeira dificuldade quer mais é sentar no sofá e esperar a poeira assentar, que fica deprimida com notícias ruins e acha que o mundo não tem solução.

Gostar de ser assim, eu não gosto. Mas também não curto Xou-da-Xuxa Style "é isso, aí, baixinhos, beijo no coração, pensamento positivo, uhuuuuuuu, vai dar certo, caiu-levanta-limpa-poeira-dá-volta-por-cima, a vida é uma festa".  Aliás, pessoas assim muito AAAAAAAIIIIIIIIII que alegriiiiiiiiia, pulinhos, palminhas, yey, me dão um pouco nos nervos.  Embora, quando sincera, acho uma atitude super válida e necessária.

Claro que tem hora pra tudo: pra chorar de soluçar e de pular de alegria. Tem gente que confunde e troca as pernas. Sei vibrar de alegria em momentos alegres. Amiga diz que tá grávida, pulo de alegria (e depois pergunto se é gravidez desejada e motivo de alegria - porque, né, vai que não...), amiga diz que vai se mudar pra Austrália, pulo de alegria, peço pra me levar na mala, faço planos pra visitar, até vejo preço da passagem, e depois caio no choro porque o fuso horário é tosqueira e não quero mais ficar longe de ninguém.

Mas ultimamente, faço tudo "calada". Vejo amigo se mudando no Facebook, desejo, mentalmente tudo de bom, elogio o novo apê e pergunto como está a adaptação, tudo na minha cabeça. Não sei se esqueço ou se acho que posso escrever/ligar depois, quando tiver mais tempo. E daí eu esqueço.

2015 está sendo um ano muito esquisito. Ando sentindo muita falta de pessoas e coisas do passado. Sonhando com pessoas que já não tenho mais contato, querendo coisas que não tem mais sentido querer. E sempre penso: vou procurar fulano, beltrano, cicrano. E não procuro. E depois é tarde demais. E não é que me sinta culpada, porque a "vida das pessoas continua comigo ou sem migo", mas me sinto mais "vazia" porque tem algumas pessoas que valem muito a pena ter na nossa vida, mesmo que à distância.

Minhas filhas viraram desculpa pra muita coisa - falta de tempo, falta de final de semana livre, cansaço pelas noites mal dormidas.  Vejo nos perfis do Instagram essas super mulheres que trabalham, montam negócio, viajam, levam filho na escola, na natação, preparam comida fresquinha e saudável pra família, lavam, passam, cozinham e, ao invés dee inspirar, me canso, me deprimo, vou pro sofá e fico de mal comigo. Como pode, né?

Dito isso, tivemos um final de semana ótimo na companhia dos vizinhos, as meninas brincaram muito, comemos até dizer chega, e ficamos tristes com a chegada da 2a. O dia hoje no trabalho - apesar de eu estar totalmente desmotivada (tristeza por conta de notícias ruins, nada a ver com o trabalho) - foi bem produtivo e rendeu bastante.

Sei lá, deve ser a lua.