Tuesday, December 31, 2013

Tchau 2013!

Não sou fã de números ímpares, então 2013 nunca estaria na lista dos meus anos favoritos. 

Nasceu minha Beatriz, que virou Beatrice pra agradar o respectivo. No geral, nossa família de quatro tem bastante saúde, mas isso não é mérito de ano algum, mas vai, em 2013 estava todo mundo aqui em casa bem. Tiramos duas férias em família, o que é meio normal aqui. E meio que foi isso.

Mas bom ou ruim, adoro balanção de final de ano, para aprender com os erros e melhorar nos acertos, além de tentar coisas novas. Esse post era pra ser no blog em inglês (que a família lê), mas hoje estou mais azeda do que limão galego, então pra não preocupar quem está longe, depois faço um post tchururu com fotos dos melhores momentos de 2013, né? Aqui vai um apanhado do ano: o "The good, the bad and the ugly".

Janeiro: Início do ano, meu pai foi diagnosticado com câncer (começou na bexiga, depois descobriu um no pulmão e outro nos rins). Ao longo do ano, fez radioterapia e quimioterapia. Pra vocês verem que me "otimismo" é genético, meu pai me disse "são medidas pra me dar uns dias, talvez meses, quem sabe um ano ou dois a mais de vida".

Fevereiro: Lá fomos nós para nossa viagem anual à Romênia, no inverno. Estava bem grávida, dormindo mal, então no auge do mau humor jurei que "jamais sentirei frio novamente", bem a la Scarlet O'hara. Tradução: não piso mais na Romênia no inverno nem se minha vida depender disso. 

Março: pra compensar a friaca da viagem anterior, fomos ao Caribe - Barbados - torrar no sol. Foi a semana mais curta da minha existência, mas foi bom fazer um top up na vitamina D. Estava 30 graus e, depois do choque inicial, no 2o dia já estava certa de que o paraíso era ali.

Abril: último mês no trabalho, foi caótico como tinha que ser. Pra variar, me frustrei bastante e já saí pensando se valia a pena voltar. 

Maio: chegou minha mãe, de mala e namorado, pra nos ajudar com a Laura e a pequena, que nasceria 5 dias após a chegada da minha mãe. O parto foi vapt vupt, durou só 2 horinhas, de tarde já estavávamos em casa. Aliás, se eu tivesse aguentado um pouco mais, ela tinha nascido em casa. Nesse mês mesmo, a vida já deu sinais de que ser mãe de duas seria muito mais difícil do que eu pensava. Talvez a depressão pós-parto tivesse dado um alozinho, ou talvez fosse meu temperamento maníaco-explosivo mesmo, mas dei muito piti com as "visitas". Laura também completou 3 anos no final do mês e eu descobri que crianças de 3 anos podem ser mais difíceis do que os terrible twos.

Junho: meu aniversário; não rolou muito tesão de fazer nada mas como algumas pessoas queriam visitar a Bea, marcamos algo lá em casa. Pessoas que não se conheciam, acabou sendo uma tarde maravilhosa, com um bolo delícia vegano feito pela Graziela, e muitas risadas. Junho também foi o início do verão, mas este chegou atrasado.

Julho: minha mãe foi embora e Laura passou a ir à creche tempo integral, numa total falta de jogo de cintura minha. Assumo: não dei conta MESMO, estava ficando maluca. Mas o tempo estava melhorando gradativamente e esse ano prometia ter verão. 

Agosto: dias quentes, sempre bem-vindos. Beatrice completa 3 meses e começa aqui a série de noites mal dormidas que dura até o presente momento. O motivo? Ela começou a rolar (super bem, alias) e teve que sair do moisés, passando assim a dormir na nossa cama. Quem tem filho sabe o que é dividir cama com um bebê (no nosso caso, um bebê e uma criança)... Ela não só passou a não me deixar dormir mas também passou a dormir muito mal por conta de sleep rolling. Sim, ela rolava enquanto dormia e daí não dormia. Final do mês também fizemos nossa primeira road trip pela Romênia, que foi muito legal. Mas fica a dica: se você NAO curte frio, não vá para as montanhas romenas no final de agosto, porque já é inverno por lá. 

Setembro: comecei a dieta. Entrei numas de sair de casa e conhecer gente para não deixar o bichinho da depressão pós-parto me morder. Foi bem bom.

Outubro: trabalhei 3 dias e apesar de ter sido bem difícil, foi bem legal. Difícil pegar trem lotado, arrumar roupa que entrasse, aguentar a dor do peito super cheio e não ter onde tirar. Legal porque não fui apenas "mãe", fui um indivíduo. E legal porque marido que tomou conta da pequena e foi ótimo chegar em casa e ver a cara de acabado dele. #minhavingançasarámaligna

Novembro: e os dias vão ficando mais curtos e minha vontade de viver vai diminuindo. Dias muito frios intercalados com dias ok vão deixando as pessoas doentes, inclusive marido, óbvio. Conheci gente bem legal, pessoas do twitter tomam formas, pessoas do cursinho viram amigas, e a gente vai sobrevivendo à escuridão e às (incontáveis) noites mal dormidas.

Dezembro: meu mau humor e cansaço aqui já tomou proporções gigantescas e ameaça o bem estar da família toda. Nem tô falando da minha vontade de largar tudo e todos e mudar de nome e morar no meio de uma tribo qualquer numa ilhota do pacífico não. Tô falando de quase bater o carro algumas vezes até que finalmente aconteceu, em frente de casa, com Laura dentro do carro. Alerta vermelho. Minha mãe finalmente anunciou a venda da casa onde passei quase toda a minha infância e pré-adolescência e várias férias, carnavais e natais. A casa é da família há 30 anos e viu e ouviu muitas histórias - algumas boas, outras bem ruins. O adeus oficial será em fevereiro. Estou com anti-depressivos em mãos. Vamos ver se eu aguento não tomar até a viagem ao Brasil e ver se lá eu melhoro.  O tão sonhado e desejado jardim de inverno ficou pronto. Meu pai sobreviveu ao ano, mas encerra 2013 com pneumonia e super fraco. Ele me prometeu que vai nos esperar em fevereiro. Ah, termino o ano uns 10kg mais magra. :-D

Não, 2013 não foi um ano horrível, mas também não foi dos melhores. Espero que em 2014 a vida seja mais colorida, mais animada, mais leve. E desejo a você, anônimo ou não, um 2014 muito melhor do que esse ano que vai. Saúde e leveza para nós!

Wednesday, December 25, 2013

5 coisas que gostaria de ter feito nesta vida

Chega virada do ano e lá vou eu pensar em mil listas. Adoro listas, mas elas são bem inúteis. Quer dizer, são puro entretenimento para esta que vos escreve, mas nada além disso.

Daí que é Natal (Feliz Natal!!) e tô vendo um documentário do Michael Jackson e tocou uma das minhas músicas favoritas dele (Smooth Criminal) e pensei nas coias que gostaria de ter feito nesta vida - mas não vou. Aqui vai:

1) ser dançarina do Michael Jackson. Porque eu bem gosto das músicas dele mas gosto mais ainda das coreografias. E porque eu danço feito um mamulengo e daria um dente (um lá de trás) para dançar direitinho e conseguir seguir uma coreografia sem embananar as pernas. (Vale pra "ser backing vocals do Michael Jackson" também; não sei o que é pior, minhas habilidades de dançaria ou de cantora).

2) ganhar uma medalha olímpica. O que significa praticar um esporte (que não seja badminton ou pingue pongue, tá? Num guento). E significa ser boa nessa esporte. E eu acho genial alguém ser bom pacas em esportes e acho o supra-sumo alguém ganhar medalha (ainda mais olímpica). Mas a verdade é que eu quase quebrei o dedo uma vez tentando pegar uma bola na aula de educação física e traumatizei. Nunca tentei nada e sempre arrumava atestado médico de joelho ferrado pra não fazer as aulas. Sim, eu sentia dores no joelho, mas acho que era de ócio, e não de atividade física. Fica pra uma próxima vida.

3) entender um pouco de física, química e ter me dedicado um pouco mais às aulas de biologia. Acho fascinante, mas a verdade é que pra essas coisas, sou burra feito uma pedra. Não entra na minha cabeça nenhuma das fórmulas de física, por mais lógica que sejam. Sabe quando alguém fala com você numa língua que você nem sabe qual é? Pois é, sou eu com física. Um pouco menos com química e biologia, mas bota tudo no saco das coisas que nunca vou entender na vida. Pobre das filhas que não vão ter muita ajuda da mãe nas dúvidas da escola.

4) me aposentar aos 50 anos, cheia de saúde, largar tudo e viajar mundo afora sem lenço nem documento. A pessoa resolve ter filho "tarde" e não vai rolar de largar duas adolescentes pra trás pra viver uma vida de adolescente tardia, né? Ser adolescente aos 50 é mole, mas aos 14/17 anos, não. E por mais maluca que eu seja, não me vejo largando as duas pra trás... Pelo menos é possível adaptar esse desejo. Ah sim, também não rola uma aposentadoria decente aos 50.

5) Ser dona de uma casa tão linda, organizada e limpa quanto as das revistas. Traduzindo: ser uma pessoa organizanda, cheia de força de vontade e que, ao invés de assistir a documentários sobre Michale Jackson na TV, está colocando em prática as mil teorias de "como ter e manter uma casa organizada" que vivo lendo na internet.

E antes tarde do que nunca, deixa eu colocar aqui o "cartão" de Natal que fiz aos 45 do segundo tempo pra me sentir menos inútil. Espero que vocês tenham tido um Natal maravilhoso com a família, com presentes e comidas, mas principalmente com muito amor, abraços, risadas... 



Friday, December 13, 2013

Silêncio

Sei lá o que aconteceu que consegui me enrolar tanto que não to dando conta de nada.

Ok, sei o que aconteceu. Duas crianças saudaveis e ativas aconteceram. E uma viagem meio trabalhosa de organizar. E uma pequena obra também. E uma crise mega blaster de alergia (minha). E a mais velha doente. E a mais nova sofrendo nova crise de insonia.

O que aconteceu nessa semana ou duas de silêncio? Continuo na dieta e até agora foram 10kg eliminados. Ainda faltam 3kg pra eliminar todo o peso extra da 1a gravidez. Não vai rolar de perder antes de sair de férias em janeiro, mas você há de concordar que 10kg tá bem bom, né? Mas malhar que é bom, necas. Só pago academia.

A viagem ao Brasil está tomando formas interessantes. Um amigão nosso vai se juntar a nós por uma semana em Salvador e depois mais uma no Rio. Impressionante como uma pequena alteração nos planos se transforma num trabalhão. Mas acho que hoje resolvi a última pendência. Ou não.

E finalmente a obra do "jardim de inverno" daqui acabou. Quer dizer, faltam "detalhes", tipo a pintura, que sou eu quem vai fazer. Sim, a pessoa não tem mais o que fazer, né? Sei lá, já gastamos TANTO dinheiro nesse troço que resolvi economizar agora. E já que vamos pintar de branco, qual é a dificuldade? E é uma sala de brincar, né? O que pode dar errado? Torcida, por favor!

No mais, a vida segue. Ando tão desorganizada que nem foto da mini-pituca (ou da maxi-pituca) eu tô tirando. A menina completou 7 meses no dia 10 e nem uma foto de celular teve. Passo o dia inteiro atrás dela, porque a menina é um projeto de kamikaze. Ela se joga da cama, fica em pé sozinha e do nada larga o apoio e se estabaca no chão. Até conseguiu puxar um negócio que estava na cadeira e a cadeira caiu em cima dela (onde estava a mãe dessa menina?! Tirando outro objeto perigoso de perto dela). Aqui é assim: piscou, se acidentou. E como tive uma crise violenta de alergia, dando mil espirros por minuto, ando com os olhos sempre fechados (alguém consegue espirrar de olho aberto?). O caos, companheiros, o caos.

Mesmo diante da zona do dia a dia, consigo achar duas horas por semana pra socializar com pessoas aleatórias que não viram minhas amigas, mas me divertem (de maneira positiva ou negativa). E no meio desse bando de gente aleatória, seleciono uma ou outra que vale a pena investir (ou elas me selecionam? Ou nos selecionamos?). Nessa, meu povo, acho que tenho algumas pessoas novas que podem virar amigas. Uhuuu. E nem todas envolvem crianças. Uhuu 2. Senão vejamos: uma é uma Romena gente finíssima que conheci na creche da Laura. Casada com Romeno. Casal fofo com uma filha adoravelmente fofa, simpática, linda e super amiga da minha filha. Também da creche vem um casal Escocês-Espanhol com uma filha também apaixonante e também amiga da minha menina. E o mundo pequeno fez com que o marido - Espanhol - trabalhe na empresa do marido de uma menina que conheci há três anos mas perdi contato. Depois vem uma menina da Latvia que conheci no curso de massagem pra bebês. Sabe um grupo que voce acha que não vai dar em nada? Mas daí rola o clique com a única não-Britânica do grupo (além de mim) e você faz o que? Troca telefones, mensagens, marca um encontro e passa 5 horas batendo papo. Ah, casada com um Italiano. Mãe de uma menininha 1 mês e meio mais nova que minha Bia. Depois vem uma Escocesa (Escoceses são tão amáveis e simpáticos - todo mundo deveria ter um amigo escocês) que conheci no curso de "culinária" e continuamos nos falando depois do fim do curso. Não conheço o marido dela, mas a filha, 1 mês mais velha que Bia, é uma doçura. E tem a Turca com dois filhos - um da idade da Laura, que pode ser que vá estudar na mesma escola dela, e outro da idade da Bia. Por fim, vem a moça que dá aula de artesanato no mesmo lugar onde fiz o curso de culinária. Ela é da Croácia, lugar onde pretendemos ir no verão. Nenhum filho envolvido aqui - ela tem dois, a mais nova tem 14 anos. Ela é casada com um britânico, acho eu. O grande problema dessas amizades é que esse povo pode resolver voltar pra "casa" ou procurar outra casa. E a gente vai ficando... mas tudo bem, né? Significa que a gente passa a ter amigos em outros países. Acho que um dos grandes motivos de eu não ter me afundado nessa licença maternidade (além de ter a filha mais risonha da "minha" vida) é conhecer essas pessoas tão diversas e tão interessantes. E olha eu escrevendo o maior parágrafo do mundo...

E vamos terminar o post aqui, pra evitar mais um post escrito e nunca publicado.

Beijo no coração de vocês tudo.