Eis aqui as musicas que estao fazendo sucesso na minha mente desmiolada:
- "Mal acostumado, voce me deixoooooooouuuuu mal acostumado" (Nao sei qual o grupo de pagode que canta isso e to com preguica de checar)
Minha mãe passa todas as roupas da minha filha. TODAS, ate as calcinhas da mais velha. Isso nunca acontece na minha gestão exclusiva. Mas quem fica mal acostumado mesmo é marido, porque ela passa (e guarda) todas as roupas dele também.
- "No, you know you're never gonna survive unless you get a little crazy" (
Crazy, Seal)
Manicomio eh a definicao de lar aqui. Dia desses marido chegou em casa, entrou na cozinha (onde estavamos todos - duas criancas, minha mae e o namorado dela), cumprimentou todo mundo, saiu. Depois que todos haviam se retirado e as criancas devidamente capotadas, ele pergunta "tudo bem?". Respondi que sim, mas que estava exausta, e que essa coisa de cozinha pequena + muita gente = eu prestes a ter um ataque de nervos. Ele riu e disse que sabia que eu estava estressadissima por dentro, percebeu assim que entrou na cozinha, e achou mais graca pelo fato de nao transparecer. Qualquer desavisado acharia que eu estava ok com tudo aquilo. Minha vontade eh de gritar, todos os dias, pelo menos tres vezes ao dia.
- "Words like violence, break the silence, come crashing in into my little world" (
Enjoy the silence, Depeche Mode)
Quem me conhece sabe que eu adoro momentos soh meu, de silencio total, nem TV, nem nada. Eu e meus pensamentos. Sou estranha, eu sei. Mas agora estou no lado oposto da esquisitice: as pessoas falam muito nesta casa - muito e muito alto. Alias, essa parte esta conectada a anterior. Barulho e casa de maluco andam juntos pra mim. Fico nervosa, me da gastura, tenho vontade de sumir. Gente, eu falo muito, falo alto, mas tenho botoes de liga/desliga e volume funcionando.
- "Amelia eh que era mulher de verdade" (Ai que Saudades da Amelia, quem??)
Minha mae leva meia hora pra estender dez peças de roupa no varal, porque ela gosta de achar a posição ideal para que todas peguem sol. Se deixar, ela nao sai de casa para ficar virando as roupas o dia inteiro. "ai, porque roupa seca no sol é tão melhor". Deve ser mesmo, mas não sei ao certo já que isso é raridade por aqui.
Minha mae passa roupa, como ja disse la em cima. Minha mae acha que eu tenho que preparar jantar pro marido porque ele chega em casa com fome, tadinho. Minha mae nao quer sair de casa, porque ela acha que tem muita coisa pra fazer aqui - lavar, passar, cozinhar, fazer mercado, etc etc etc, e quando acabar a lista, voltar pro item 1.
- "No sleep till Brooklyn" (
No sleep till Brooklyn, Beastie Boys)
"Sleep is overrated", ja disse um colega de trabalho quando sai de licenca maternidade pela primeira vez. A piada eh "quando vou voltar a dormir? quando os filhos casarem". Bom, tenho esperancas de que, quando elas tiver seus 6 anos, voltarei a ter algumas boas horas de sono, ate entrarem na adolescencia e eu parar de dormir de vez ate casarem.
- "No, woman, no cry. NAO, nao chores mais"
Quando nao estou chorando no chuveiro ou nos meus sonhos, estou segurando o choro. Seja de alegria, de tristeza, de desespero, de coracao mole. Hoje mesmo, uma lagrima escorreu depois de eu ter brigado com a mais velha. Ela estava sendo dificil, muito dificil, com o pai. Nao queria escovar os dentes, nao queria colocar o pijama. La foi a mae, autoritaria e raivosinha, resolver a parada. Primeiro no amorzinho, depois num tom mais serio, ainda assim doce, depois uma ameaca de castigo, depois agarrando pelo braco e levando pro quarto e colocando a droga do pijama a forca. Nisso a mais nova se esgoelando (com o pai) porque queria (mais) leite - as 2 horas que ela estava mamando nao era suficientes para aplacar a fome e a acalma-la (sei la porque - vida de recem-nascido eh dificil, apesar de dizerem que nao). Ela se recusava a colocar o pijama, fazia malcriacao, chutava... sai do quarto e fechei a porta, deixando-a la por tres longos minutos. Abri. Nada. Mais uns minutinhos. Acho que era mais para eu me acalmar, porque ja estava segurando o braco da menina mais forte do que eu gostaria e falando mais alto do que o recomendado pela Supernanny. Abri a porta. Olhei pra ela, que estava em prantos. Entrei. Fechei a porta. Nos abracamos, colocamos o pijama. Pedi desculpas, disse que a amava muito e que estava arrependida e triste pelo meu comportamento. Ela tambem pediu desculpas. Lagrimas. De tristeza e de amor.
- "Comer, comer, comer, comer, eh o melhor para poder crescer" (
Comer comer, Genghis Khan *isso mesmo?*)
- "Eu soh quero chocolate. Nao quero cha, nao quero cafe, nao quero seu carinho..." (
Chocolate, Tim Maia)
Qualquer musica que fale de comida, de comer muito, comer besteira, e engordar. Filha mais nova mama feito uma bezerra. Acho que mais do que a mais velha (cujo apelido era mamona assassina, de tanto que ela abusou dos meus peitos). E ela ta engordando, benzadeus.
A mae segue o mesmo caminho, come como se nao houvesse amanha.
E assim caminha a humanidade.
E pra fechar, cantarolando no banheiro, sempre "o bagaco da laranja", mas apenas esta frase, que eh como me sinto ultimamente.
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Ra, terminou nao, mais duas, que tocaram na "radio caraminhola" na madrugada:
- "se nao dormir agora, dormiras de madrugada" (Ciranda Cirandinha)
Com uma leve adaptacao pra "senao dormir agora, nao dormiras de madrugada". Porque eh batata, uma das duas vai me manter acordada de madrugada.
- "ha ha ha, mas eu to rindo a toa" (nao sei o nome da musica, Falamansa)
Porque a vida eh bela e somos felizes!