De cama

Semana passada estamos meu chefe americano e eu brincando que o povo europeu adora call in sick numa 2a ou 6a feira (de sol ou de muito frio), mas que na verdade eh soh preguiça de trabalhar. As leis trabalhistas daqui permitem que o indivíduo fique em casa ate 6 dias, se nao me engano, por motivo de doença, sem ter que necessariamente apresentar atestado medico. E o mesmo indivíduo tem uma quota anual de nao sei quantas semanas por ano pra faltar. Eh tipo coisa pra caramba, 20 semanas ou mais.

Daih, eis que hoje a pessoa aqui manda email pra esse mesmo chefe dizendo que tah doente em casa e nao vai trabalhar. Conveniente, ne? Pra completar, ainda to de aviso prévio, o que faz a vontade de trabalhar menos ainda.

Mas prometo que nao foi de sacanagem, porque eu sou caxias pra cacete. To em casa botando os bofes pra fora, vomitando absolutamente tudo o que como, com diarreia, dor de estomago, e toda sorte de zica, mas checando e respondendo emails do trabalho, e com a consciencia pesada de ter faltado um dia nessa semana ultra corrida. Mas tem vezes que nao da, ne?

O pior eh que mesmo quando estou me sentindo o coco do cavalo do bandido, o bagaço da laranja chupado e cuspido, eu nao aparento. Nao fico pálida, nao tenho olheiras, nao paro de sorrir. Também tenho que trabalhar nisso. Porque ter cara de doente de vez em quando conta ponto a favor, ne?

Vamos ver se amanha estou boa o suficiente, mas ruim o bastante pra me fazer de coitadinha. Enquanto isso, da licença que vou ali chamar o Raul.